Ideias de finais para sua história
Neste e-mail vou falar sobre algumas possibilidades de finais e algumas dicas para eles.
Lembrando que aqui não tenho a intenção de falar sobre fórmulas de finais prontos. O objetivo aqui é dar sugestões para ampliar as possibilidades e você moldar o quanto achar necessário para sua história. Então não se prenda ao que vou falar, até porque são só algumas possibilidades, e existem outras, e até variações infinitas das que vou falar.
E bons finais são fundamentais em uma boa história. Tem grandes obras que perderam muito do seu brilho por causa de um final que não foi considerado bom. Game of Thrones é um exemplo disso. Então tenha atenção nos seus finais.
Vamos para a primeira possibilidade de final, e é um clássico, mas precisa ter cuidado.
Morte do protagonista
Esse tipo de final precisa ser feito com muito cuidado porque a preferência das pessoas costuma ser por finais felizes e dependendo de como o protagonista morrer, pode ficar meio amargo.
E aqui precisamos levar em consideração algumas coisas:
O tom da história
O desenvolvimento da trama
E como vai acontecer
Explicando de forma breve. Histórias com tom positivo, ou seja, aquelas que tudo caminha para um final feliz, mesmo com todas as dificuldades. Nesses casos o protagonista morrer no final pode não ser a melhor possibilidade. Ele poderia até parecer que morreu, mas conseguir sobreviver na sorte ou por uma conveniência discreta. As pessoas não costumam reclamar se o protagonista se salvar por sorte porque provavelmente não vão querer que ele morra. Mas depende também de outros fatores.
Se o desenvolvimento da trama seguir por um caminho que o sacrifício é uma possibilidade, ele morrer para se sacrificar para salvar todo mundo pode ser uma boa conclusão. Por exemplo: é uma missão suicida, todos os envolvidos sabem que as chances de voltar são mínimas. Nesses casos, uma morte dramática do protagonista pode ficar muito boa. Poderia nem ser o protagonista, outro personagem importante morrer também pode ficar bem impactante. Nesses casos você precisa ver o que combinaria melhor com a sua história.
Também precisamos levar em consideração como tudo vai acontecer. Realmente não tem outra forma de resolver? Ele realmente precisa morrer?
Mas se for necessário, certifique-se de deixar bem dramático. Dê ênfase nesse momento. Deixe a emoção no estágio máximo o quanto for possível. É fundamental valorizar o momento. E como fazer isso? Desacelerando o tempo narrativo. Fique no momento por mais tempo. Ele não pode morrer rápido e pronto. Coloca alguém gritando, chorando, tentando impedir que ele morra ou se sacrifique, coloca o protagonista olhando para trás com os olhos lacrimejando e sorrindo. Essas coisas. Valorize o momento.
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Finais em aberto
Esses também são perigosos.
Podem ficar muito bons e dramáticos, mas podem ficar insatisfatórios caso não tenha cuidado.
Finais em aberto são finais mais corajosos e não cabem em todos os tipos de histórias. Eu indico, caso queira colocar na sua história, que o final não deixe muita coisa em aberto. Por exemplo, depois da ação final, o protagonista se sacrifica para salvar todo mundo, mas não fica claro se ele realmente morreu. Mas o vilão foi derrotado, ou qualquer outra pendência foi resolvida. Só ficou a dúvida se ele sobreviveu ou não.
Em finais em aberto com morte de personagem, diria que é bom que esse personagem conclua seus conflitos antes de morrer, ou que a possível morte seja a conclusão de alguma forma. Aqui entram muitas possibilidades.
Mas a questão é, não deixe muita coisa em aberto. Se não diz se o casal vai ficar junto ou não, ok. Mas não deixe em aberto as subtramas, por exemplo, se fez as pazes com a mãe, se o patrão chato teve o que merecia, se conseguiu outro emprego. Deixe o mínimo possível em aberto.
E deixe pistas sobre a direção que você quer que o leitor entenda.
Seguindo o exemplo do casal:
Fica em aberto se vão se casar, mas eles terminam juntos seguindo em uma viagem. Deixa a entender que vão se casar em algum momento.
Então tem vários níveis de finais em aberto. Pode colocar muito mistério ou algo menor, como nesse exemplo.
Repito, só não aconselho deixar muita coisa em aberto. Resolva os principais conflitos antes e deixe alguns mistérios no final para que o leitor pense a respeito.
Finais trágicos ou amargos
Comentei que a preferência das pessoas costumam ser por finais positivos, mas tem histórias que pedem finais amargos.
Aqui voltamos ao tom da história. Não ficaria bom um final amargo em uma história positiva. Mas se a história tem vários conflitos mais dramáticos, cheio de dor e sofrimento, talvez terminar tudo muito bem não combine tanto. Tudo dependo do desenvolvimento da trama. Uma história dramática pode terminar positiva. Mas às vezes um positivo não tão feliz também funcione.
A questão é que finais trágicos são impactantes e vão deixar o leitor imerso nele mesmo após terminar a história. Finais mais amargos costumam deixar o leitor mais tempo pensando nele, sentindo a dor. Tem gente que gosta disso, só tome cuidado para não exagerar no drama final.
Sempre costumo dizer que finais precisam ser satisfatórios. Histórias dramáticas como Game of Thrones combinariam com finais trágicos, mas não terminaria melhor se todo mundo morresse.
Então cuidado para não exagerar.
Muitos finais
O melhor exemplo sobre esse tipo de final que estou falando é O Senhor dos Anéis. O final do terceiro filme tem vários finais e pode ser uma boa possibilidade para histórias maiores. Uma série ou saga pode ter muitas subtramas, muitos personagens e às vezes só ter o final do protagonista não vai mostrar a conclusão de todo mundo. O leitor pode sentir falta.
E aqui, caso queira mostrar finais separados de vários personagens, recomendo deixar o final do protagonista por último, ou pelo menos o mais próximo disso. Pode colocar um primeiro final do protagonista como se fosse uma conclusão direta do conflito final, e depois lá no fim um definitivo para fechar a história. É uma possibilidade. Também pode colocar finais por núcleos. Cada núcleo tem seus personagens e nem todos os personagens merecem algo mais particular. Pode colocar alguns juntos conversando ou fazendo alguma coisa.
Cuidado para não ficar muito tempo finalizando a história, pode deixar chato. Seja breve e emotivo, se fizer sentido na trama. Não se alongue mais do que o necessário. Conduza de uma forma que passar pelos núcleos seja natural.
Esse tipo de final, como já deve imaginar, não combina ou não faz muito sentido em histórias curtas, livros únicos ou com poucos personagens.
Se bem feito, esses muitos finais podem ficar muito satisfatórios. E aconselho a manter o tom. Os seja, se ficaram todos bem, mantenha assim. Porque um trágico, outro bom, e depois outro amargo, pode ficar estranho. Mantenha o mesmo clima do final. De preferência, recomendaria seguir o tom positivo nesse tipo de final, mas não é regra, só um conselho.
E também temos o clássico:
E viveram felizes para sempre
Não menospreze esse final. Ele funciona que é uma beleza. Só não precisa colocar a frase, óbvio. A maioria das histórias acaba terminando bem e fica ótimo. Esses finais não chamam muito atenção, igual os finais amargos ou com mortes dramáticas, mas são satisfatórios e isso é muito bom.
Se um casal lutou a história toda para ficarem juntos, eles terminarem juntos é bom. A mesma coisa se um grupo de heróis que lutaram bravamente para vencer o vilão, e eles vencerem no final e a terra é salva, também é bom.
Não precisa inventar muito no final. A conclusão dos desafios de forma positiva já pode ser o suficiente.
Como disse, não vai chamar atenção, mas dificilmente alguém vai reclamar. Ou seja, menos riscos de estragar a história. O básico funciona e pode ser tudo que seu leitor queira, então entregue a ele e todo mundo fica feliz. E o leitor vai lembrar da sua história de forma positiva, vai lembrar das coisas boas, das cenas marcantes, e não de um final ruim ou forçado. Que é uma possibilidade dos outros finais que comentei aqui.
Os finais felizes são os mais seguros, só fazer um bom conflito final, com cenas bem dramáticas, que tem poucas chances de dar errado. Mas se não ficar tão bom, dá para resolver na revisão.
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Guilherme Orbe
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