Estrutura de um capítulo
Estruturar um capítulo é tão importante quanto estruturar uma história. Existem alguns detalhes simples que podem fazer muita diferença e vou comentar aqui o que faço nas minhas histórias.
Início:
Contextualização ou consequência
No início do capítulo, me refiro ao primeiro parágrafo mesmo. Aqui é importante contextualizar ou continuar de forma direta o que aconteceu no capítulo anterior. E não precisa durar apenas um parágrafo, mas seja breve e objetivo, porque o importante vem no desenvolvimento, chegaremos lá.
Nessa parte, você pode começar descrevendo parte da ambientação, o clima, quem estava presente, ou já iniciar com o nome do personagem que conduzirá o capítulo.
Não precisa se alongar nessa parte, mas é importante que o leitor entenda o que está acontecendo e onde está acontecendo. E isso é ainda mais importante se for um capítulo que tem uma mudança de núcleo. O capítulo anterior termina e no seguinte passa a acompanhar outro grupo de personagens em outro lugar. Nesses casos é importante contextualizar de forma breve e objetiva. Por exemplo, pode citar que estão numa floresta com algo como:
“A noite na floresta estava fresca...”
Já indicaria a ambientação. Poderia continuar com um:
“Fulano acendia uma fogueira, pensativo...”
Aqui o leitor já entenderia o básico da ambientação. E isso serviria para qualquer outro tipo de contextualização. Pequenas frases já podem ser suficientes para fazer isso.
Outra coisa que pode ser feito nesse início é uma continuação direta do final do capítulo anterior. Se acabou com uma aparição de algum personagem importante, o capítulo seguinte pode iniciar com uma fala desse personagem, ou algum tipo de ação dele.
Depois seguimos para o desenvolvimento.
Meio:
Desenvolvimento
No desenvolvimento você explora o que precisa acontecer no capítulo. Gosto de organizar minhas histórias mantendo o padrão de pelo menos um acontecimento relevante por capítulo. Alguma coisa de importante precisa acontecer. Isso não é regra, mas ajuda a deixar tudo mais interessante.
Um capítulo ou outro mais parado, só de apresentação, tudo bem, não seria um problema. Mas se tiver muitos capítulos sem um bom acontecimento que faça a trama avançar, corre o risco de deixar a história cansativa, para não dizer chata.
Então nesse desenvolvimento, você precisa explorar esse acontecimento central. Pode acontecer mais de uma coisa, mas não precisa exagerar. Se acontecer muita coisa em um espaço curto de tempo pode ficar confuso.
Se você definir que nesse capítulo o protagonista vai se perder em uma floresta e passará por grandes problemas para se manter vivo, é bom manter esse capítulo explorando isso. Já seria relevante o suficiente. Nesse caso ele poderia encontrar animais perigosos, ficar com fome, sede, não saber para que direção seguir, se sentir sozinho. Poderia explorar os conflitos internos e externos. E nisso inclui explorar a ambientação. Tudo dentro desse assunto de se perder na floresta.
E após explorar esse acontecimento, chegamos no final do capítulo.
Final:
Clímax
Gosto da ideia de finalizar todos os capítulos com um gancho, mesmo que seja simples. É bom terminar deixando um gostinho de quero mais. Isso fará o leitor continuar a leitura.
Essa estratégia é muito usada em séries. O capítulo termina no momento mais interessante.
Uma forma de fazer isso é terminar na melhor parte.
Se esse personagem estaria perdido na floresta, o final poderia ser ele encontrando algo misterioso, ou aparecendo um personagem que não seria bom encontrar, ou um perigo. Aparece e termina o capítulo.
O capítulo seguinte iniciaria com as consequências desse final. E assim seguiria nesses ciclos: contextualização ou sequência direta, desenvolvimento do acontecimento central e clímax com um gancho no final.
Isso ajudará a manter sua história dinâmica e interessante.
É uma forma simples de estruturar um capítulo. Como gosto de dizer, não são regras, não se prenda como se fosse obrigatório fazer dessa forma. Adapte aproveitando o que for melhor para sua história, dentro do seu estilo.
Iniciar bem e finalizar bem é muito importante. O meio, que seria o desenvolvimento e desenrolar, não deixaria de ser importante, até porque é onde a história se desenrola, mas é algo que intuitivamente já se tomaria cuidado. Já o início e o final destaco porque muitos podem não dar a devida atenção.
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Guilherme Orbe
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Muito bom, vlw pelas dicas