5 Passos para escrever uma boa história de ROMANCE
Romance é um gênero muito popular. É o mais vendido atualmente e acho difícil isso mudar.
Romances atraem o leitor, gera identificação. E a maioria das pessoas gosta de um bom romance, mesmo que não seja uma história focada em um casal.
Existem várias formas de abordar. E como sempre digo, não há regras. Faça sempre da forma que se sentir mais confortável e for mais agradável para você. O primeiro a se identificar com a obra precisa ser o autor.
PASSO 1: Bons casais
Casais que combinam, é o que chamamos de química.
O casal precisa ser interessante, com personalidades também interessantes. Ninguém aguenta um romance com um casal meio chato, paradões, sabe.
Pode estar em alta personagens com personalidades mais caóticas. Os bonzinhos estão fora de moda faz um tempo, mas não significa que seu romance para ser bom precisa ter personagens desajustados, rebeldes, caóticos. É perfeitamente possível criar personagens bons e interessantes. Colocando falhas e defeitos neles já vai acrescentar camadas.
E a personalidade do casal precisa combinar. Se forem muito parecidos pode ficar sem contraste. Eles precisam ser diferentes, mas de uma forma que se encaixe. Um vai completar a personalidade do outro.
Um exemplo simples:
Um agitado, falante, mais imprudente. E o outro mais centrado, mais prudente, pensa antes de falar.
Isso ajuda a fazer diálogos melhores. Contribui também para marcar melhor as falas. O diálogo acaba fluindo melhor exatamente devido à diferença, as reações das ações, das ideias, tudo pode gerar conflito, ou se complementar, depende da direção que quer seguir.
Vai deixar a convivência mais realista e divertida.
Bons casais precisam ter personalidades e características interessantes individualmente e juntos precisam gerar conexões.
Precisam ter motivos para estarem juntos, uma admiração, algo que realmente atraia. E não recomendo que seja apenas a aparência. Um olhar, um jeito de falar, de se comportar, um gesto de carinho. Precisam viver momentos juntos, precisam enfrentar situações para criar laços mais profundos de intimidade.
E isso precisa fazer parte do desenvolvimento da história. São essas conexões que vai deixar o casal com química. Mesmo que briguem, eles precisam ter momentos felizes juntos. Em algum momento da história, estarem juntos precisa valer a pena passar por todos os desafios.
PASSO 2: Barreiras
Barreiras para o amor acontecer, ou para o casal ficar junto. Podem ser conflitos entre o casal ou algo externo.
Os conflitos movem a história. Casais que não precisam passar por dificuldade nenhuma não é exatamente uma história de romance.
Independentemente se o casal vai ter dificuldade para ficar junto ou vão precisar enfrentar dificuldades juntos. Porque nem todo romance precisa ser sobre um casal que se ama, mas algo impede de se relacionarem.
Também podem existir romances onde o casal já está em um relacionamento, ou já casados, com filhos, e por aí vai, e enfrentam dificuldades relacionada a convivência, às vezes é um desgaste na relação, ou algo externo que gera problemas dentro do relacionamento.
Podem existir muitos outros tipos de romance. Só estou comentando para não ficar preso apenas a casal tipo novela que tem um vilão que impede os jovens apaixonados de ficarem juntos inventando mentiras. E não há nada de errado nesse tipo de história. É um clichê e clichês bem feitos funcionam. Apenas digo para pensar na possibilidade de explorar outros tipos de conflitos.
Mas independentemente do tipo de romance, precisa ter conflitos para dificultar o objetivo dos protagonistas.
PASSO 3: Nem tudo precisa ser sobre o casal
A história não precisa ser focada 100% em um casal.
Acrescente outros elementos a história para gerar mais conflitos, interações com outros personagens, criar situações inusitadas ou inesperadas.
Existem exceções, mas geralmente é mais fácil de fazer um romance interessante incluindo outros personagens para ajudar ou atrapalhar. Personagens que realmente fazem a diferença na história.
Geralmente sempre tem um amigo ou amiga do protagonista. Muitas vezes é usado como alívio cômico e não acrescenta tanto a trama assim. Mas se esse amigo também tiver seus conflitos, seus objetivos, vai agregar mais a história. Vai deixar tudo mais interessante.
Esses conflitos secundários não devem ofuscar os protagonistas. A trama central precisa ser sempre a mais forte, mais dramática.
Bons personagens secundários sempre vão agregar. Seja um bom antagonista, ou um amigo, ou alguém da família, ou qualquer outra figura dentro da trama.
Mas existe a possibilidade de ser uma história com apenas dois personagens, apenas o casal. É um tipo de história mais difícil de ser feita, mas pode ficar interessante. Essa exceção é válida, mas não aconselho para quem está começando.
No geral, ter mais personagens facilita o desenrolar da trama, mas também não precisa ser muitos. Só os que realmente são necessários mesmo.
PASSO 4: Pessoas mudam…
Personagens mudam, mas por um grande motivo.
Um personagem que pode começar a história sem querem se envolver com ninguém. Não quer se prender, talvez por ter um trauma de relacionamentos anteriores ou simplesmente gostar de uma vida mais solta.
Esse personagem pode mudar, pode querer casar e construir uma família grande. Pode acontecer, mas não vai ser uma mudança rápida e sem um grande motivo.
O motivo precisa ser equivalente o quanto ele gostava do estilo de vida antigo. Ele precisa passar por conflitos que forjem essa mudança, desenvolvendo ele.
Talvez não basta ele conhecer uma pessoa que trocou olhares e simplesmente mudou seu estilo de vida. Ficaria um pouco incoerente.
De repente ele pode ter essa paixão inicial e uma aproximação e a pessoa que ele está apaixonado quer uma vida mais tranquila, ter um relacionamento estável, quer casar, ter filhos. E para o casal ficar junto algo precisa mudar, alguém vai precisar abrir mão de algo. Esse já é um conflito.
E isso pode gerar uma série de problemas para o casal ficar junto e nos erros e acertos o personagem que queria uma vida mais solta começa a mudar de opinião sobre ter um relacionamento, de repente começa a entender que com a pessoa certa pode valer a pena e isso começa a gerar conflitos dentro dele.
Hábitos não mudam tão rápido. É preciso toda uma construção, uma jornada de conflitos e desenvolvimento para chegar na mudança.
E isso vale para qualquer tipo de mudança. Ninguém muda da noite para o dia, e não é exatamente outra pessoa que vai fazer essa mudança. Essa mudança precisa nascer primeiro internamente.
A exceção nesse caso são mudanças provocadas por traumas, experiências traumáticas de modo geral. Isso, sim, pode gerar mudanças rápidas e negativas. Nesse caso é outro tipo de jornada para superar o trauma.
PASSO 5: Final emocionante
O final precisa ser coerente com a história.
Uma história mais positiva, é comum e até bom terminar com o casal junto. Já uma história mais dramática pode combinar com um final trágico ou sem o casal terminarem juntos.
Você precisa preparar o leitor, dar pequenas dicas, para não correr o risco de gerar uma insatisfação no leitor.
Claro que surpreender é sempre bom, mas talvez não seja muito recomendado exagerar no drama. Deixar aquele gosto amargo na boca do leitor, sabe.
Sei que é muito subjetivo, pode variar muito dependendo de como a história é desenvolvida, como que vai ser abordado o romance. Como vai ser a interação com outros personagens. Se vai ser um triângulo amoroso, nesse caso não muda muita coisa se forem duas opções aceitáveis.
O final precisa coroar a trama.
Precisa passar pelo clímax, que é o ponto mais alto de tensão. E fechar, se possível, sem pontas soltas. Não precisa responder tudo, e nem precisa deixar tudo muito claro. Mas precisa ter respostas ou as pistas necessárias para chegar no entendimento. Se ficaram juntos ou não, se vão se reencontrar no futuro, essas coisas. Uma dica pequena já pode ser o suficiente.
Finais confusos podem ser problemáticos. Porque é diferente um final complexo de um final confuso. Ser difícil de entender porque a história é profunda é uma coisa, mas ser confuso por falta de informações é outra. E isso é bom ser evitado.
Quer deixar um final com mistério do que aconteceu com o casal, ótimo, mas deixe pista da conclusão. O leitor precisa ter o mínimo de informação para fazer as conexões necessárias para entender.
E finais com um dos personagens principais morrendo pode ser muito clichê, mas se fizer de um jeito criativo pode ficar bom.
Já existem muitas histórias que algum personagem tem alguma doença em estado grave e fica a história toda nessa espera se vai morrer mesmo. E algumas delas fizeram muito sucesso. Isso indica que o público gosta. Mas é algo que pode ser previsível, então, caso siga nessa linha, seja criativo.
Seguindo esses passos, que são pequenas dicas, acredito que vai ser mais fácil criar um romance inesquecível. E sempre busque ler livros do tipo, vai ajudar muito a ter ideias. Não se prenda aos romances atuais. Leia os clássicos do gênero. Talvez seja a melhor forma de estudar sobre a escrita, leia os grandes autores e aprenda tudo que puder com eles.
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Guilherme Orbe
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